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Por medo, pais não queriam que policial morto por colega fosse PM

Yago foi morto pelo segundo-sargento Paulo Pereira com um tiro na cabeça, no domingo (14/1). O militar tirou a própria vida em seguid

Durante a cerimônia de sepultamento do soldado Yago Monteiro Fidelis, morto por um colega de farda durante uma diligência, uma tia do jovem deu uma declaração emocionada: temendo pela segurança do filho, os pais do policial não queriam que ele entrasse na Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Mas, por paixão pela segurança pública, o desejo de proteger a comunidade falou mais alto, e ele vestiu a farda.

“Ele entrou contra a vontade da mãe e do pai, mas realizou esse sonho”, contou a Maria dos Reis, tia de Yago. Bastante abalada, a tia pediu que a tragédia sirva de exemplo e que a PMDF cuide melhor da tropa. “Não deixe cair no esquecimento o que aconteceu com a vida de Yago”, reforçou.

O policial militar era respeitado e querido na comunidade. “O Yago era o homem mais bonito do mundo”, enalteceu a tia.

O solado, enterrado no Gama, na manhã desta terça-feira (16/1), foi morto pelo segundo-sargento Paulo Pereira de Souza, colega de patrulha, com um tiro na cabeça, no domingo (14/1), no Recanto das Emas. Após o disparo, o militar tirou a própria vida. Mesmo enfrentando problemas pessoais e psicológicos, o responsável pelo disparo estava escalado para o trabalho de campo.

Após o sepultamento do soldado, a comandante-geral da PMDF, coronel Ana Paula Barros Habka, afirmou que a corporação vai retirar das ruas todos os policiais que precisam de ajuda psicológica. Os militares receberam tratamento. Além disso, a corporação fechou um novo convênio para cuidar da saúde da tropa.

“Nesse primeiro momento, a gente pensa no que está passando com os colegas que estavam trabalhando com ele no dia a dia, no 27º Batalhão. Então, de forma imediata, a gente está em contato com o psicólogo que vai dar assistência e que vai fazer um mapeamento para entender quem agora, imediatamente, precisa de uma assistência pontual”, afirmou a comandante-geral. Se for identificado risco, os militares não vão mais trabalhar nas ruas.

“Serão submetidas a uma avaliação médica e psicológica. E se precisar, a gente coloca na área administrativa ou terá o seu tempo de tratamento”, explicou a coronel. Após o mapeamento no 27ª Batalhão, segundo a comandante-geral, a operação seguirá em marcha para toda a tropa. “O pós-traumático é para todos aqueles ao redor. A gente sabe que toda a corporação sente isso”, reforçou.

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