Mulher sofreu lesões por todo braço e até na lingua após ter contato com o artrópode, de acordo com a mãe dela. Inseto pode ser encontrado em casas durante todas as estações do ano.
Uma mulher de 38 anos sofreu uma infecção por todo o braço esquerdo após ter contato com o “potó”, um besouro minúsculo, mas que é capaz de provocar lesões que se assemelham a uma queimadura por fogo ou produtos químicos, em Pirenópolis, no Entorno do Distrito Federal. A dona de casa Suelene Aquino Gonçalves, conta que a filha, Nayzis Lívia Gonçalves, estava no quarto quando percebeu quando o artrópode caminhava pelo corpo dela e então o matou com um tapa.
Ao matar o inseto, a mulher percebeu que havia sido picada, começando a sentir uma sensação de queimação na região da mão, de acordo com Suelene. Ela optou por tomar um antialérgico para controlar o incômodo. No entanto, dez dias depois, Nayzis, que trabalha como hoteleira, começou a precisar usar pomadas para queimaduras devido à vermelhidão na pele, sendo preciso ser hospitalizada no domingo (18) devido a gravidade da infecção, que passou da pela para a carne.
“A mão dela estava com uma ferida muito grande e o braço estava muito inchado e cheio de bolinhas. Ela tem alergia a insetos e não estava aguentando mais a dor porque queimava igual fogo, ela chorava muito. As bolhas também começaram a aparecer até na lingue dela”, explicou.
Nayzis recebeu alta nesta quinta-feira (23), conforme a mãe, e agora se recupera em casa. Suelene conta que a filha está melhor e que não sente mais dores e que agora consegue se alimentar melhor, após também ter a lingue atacada pela infecção.
Dermatite
Segundo o biólogo Edson Castro Abrão, as lesões são provocadas pela pederina, que é uma substância química presente no DNA do artrópode que mede menos de um centímetro.
“É uma dermatite muito grande, de grande proporção. A pessoa tem que lavar na hora com água e sabão e depois procurar o médico. Muitas vezes pode dar infecção, tendo que fazer uso de antibioticos”, afirmou Edson.
Automedicação exige cuidado
Para o biólogo Deucí Arruda, as lesões provocadas pelo “potó”, que muitas vezes é esmagado sobre a pele, podem variar de lesões graves como ocorreu com Nayzes, a pequenas irritações no órgão. Tudo irá depender, conforme o especialista, da forma como a pessoa irá tratar a reação.
“Isso varia muito de pessoa para pessoa, algumas são mais alérgicas. O que agrava essas lesões, geralmente, são algumas coisas que as pessoas usam para minimizar a ardência, fazendo com que a lesão seja agravada”, explica.
Deucí conta que os insetos costumam ficar mais ativos durante os meados de setembro a novembro, mas que podem ser encontrados durante todo o ano, principalmente em épocas mais quentes. Os animais, inclusive, costumam entrar em casas em busca de calor.
“Eles são atraídos pela luz à noite. Neste período em que estão mais ativos, é preciso evitar deixar portas abertas para que não entrem para dentro de casa”, afirmou.