O grupo de políticos teria sido convidado por Israel para comparecer à MuniExpo Israel 2025, uma feira internacional de tecnologia
As autoridades brasileiras que viajaram a Israel rebateram a nota do Itamaraty em que o órgão afirmou que os prefeitos contrariaram a recomendação de não viajar à região. De acordo com a delegação, o grupo se reuniu com diplomatas que sabiam da viagem.
As autoridades brasileiras que viajaram a Israel rebateram a nota do Itamaraty em que o órgão afirmou que os prefeitos contrariaram a recomendação de não viajar à região. De acordo com a delegação, o grupo se reuniu com diplomatas que sabiam da viagem.
“Tal declaração contradiz frontalmente o que foi afirmado à própria delegação em reunião online com a representação diplomática brasileira em Tel Aviv, realizada no último sábado, 14 de junho. Nessa ocasião, os diplomatas confirmaram ter sido devidamente informados, com antecedência, sobre a missão, particularmente no que diz respeito à segunda comitiva de prefeitos e a um governador, informação esta repassada pelo consórcio de municípios organizador da viagem”, dizem os integrantes em nota.
O grupo de políticos teria sido convidado por Israel para comparecer à MuniExpo Israel 2025, uma feira internacional de tecnologia. Um primeiro grupo com 12 autoridades, incluindo dois prefeitos de capitais, começou a ser retirado da Jordânia na segunda-feira (16) por via terrestre rumo à Arábia Saudita, após mobilização do Ministério das Relações Exteriores e das embaixadas brasileiras de Amã (Jordânia), Tel Aviv (Israel) e Riad (Arábia Saudita).
Os prefeitos de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), e João Pessoa, Cícero Lucena (PP), estão na comitiva. Procurada, a prefeitura de João Pessoa informou que as despesas do prefeito e das demais autoridades municipais foram custeadas pelo Governo de Israel. O governo do Mato Grosso do Sul também Agora, o restante das autoridades – cerca de 27 políticos – devem ser encaminhadas até quinta-feira (19), segundo o Itamaraty.
“Causa-nos ainda maior estranhamento o fato de que um país com o qual o Brasil mantém relações diplomáticas convide oficialmente autoridades públicas brasileiras – por meio de uma agenda organizada com o apoio direto do governo de Israel – sem que o Itamaraty e a nossa representação diplomática naquele país tivessem conhecimento do fato”, afirmam ainda.
O grupo também se queixa do tom de “reprimenda” da nota e repudiam o momento e o teor do comunicado do Itamaraty.
“Reiteramos que nossa missão se deu com propósito institucional e de boa-fé, conforme as normas republicanas, com agenda oficial e objetivos públicos. O momento exige responsabilidade, unidade nacional e compromisso com a verdade”, dizem.
Os políticos finalizam a nota agradecendo aos governos locais de Tel Aviv, na Jordânia e Arábia Saudita pela ajuda humanitária.