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Promotor de Justiça confessa sexo com mais de 20 presos de facção

Procedimento investigativo foi aberto contra o promotor por solicitação do procurador-geral de justiça do Acre, Danilo Lovisaro do Nascimento, como determina a lei, uma vez que o promotor tem prerrogativa de foro

Um promotor de justiça do Ministério Público do Acre está no centro de uma história para lá de esquisita e picante. Tales Fonseca Tranin, uma figura muito conhecida do universo judiciário acreano, que participou ativamente das negociações que puseram fim à rebelião no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, em julho de 2023, foi afastado da função pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e o motivo é o que mais chama a atenção.

Num primeiro momento, um procedimento investigativo foi aberto contra o promotor, por solicitação do procurador-geral de justiça do Acre, Danilo Lovisaro do Nascimento, como determina a lei, e autorizada pelo TJ-AC, uma vez que o promotor tem prerrogativa de foro.

Numa coletiva de imprensa na sexta-feira (13), o promotor, que estava acompanhado de seus advogados, admitiu aos jornalistas que mantinha relações sexuais com apenados que integram o crime organizado. A admissão confirma o que está presente no relatório que exigiu seu afastamento.

O documento acrescenta ainda que tais atos ocorriam durante o horário de expediente de Tranin e que em algumas situações ele teria feito pagamento aos detentos para realizar esses atos sexuais. Um dos advogados de Tranin, Erick Venâncio, confirmou que o investigado “manteve relações sexuais com ex-detentos”, mas esclareceu que “isso jamais ocorreu em ambiente prisional, não sendo sequer cogitado na investigação”.

Segundo a reportagem do g1, o advogado do promotor disse que os encontros eram de natureza exclusivamente sexual, e que se deram na residência de Tranin, “mediante pagamento”. A defesa destacou que o promotor não se aproveitou do acesso ao Complexo Penitenciário de Rio Branco para ter as relações, nem que ele tenha usado da sua posição para interferir nos processos dos presos e alegou preconceito pela “orientação sexual” do promotor.

Tranin já foi alvo de ataques homofóbicos no passado, incluindo uma ameaça de morte. O policial civil João Rodolfo da Cunha Souza é investigado pelo crime.

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