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PT diz que vai ao Conselho de Ética contra Eduardo Bolsonaro, que ‘partiu para cima’ de deputado

‘Te enfio a mão na cara’, disse filho do ex-presidente para petista que afirmou que ataque a Jair Bolsonaro em 2018 foi ‘fake’

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) “partiu para cima” do também parlamentar Dionilso Marcon (PT-RS), nesta quarta-feira, após o petista afirmar que a facada sofrida em 2018 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) era ‘”fake”. Em resposta, Eduardo Bolsonaro levantou da cadeira e disse iria “enfiar a mão na cara” do deputado. Após o episódio, pelas redes sociais, o petista disse que o partido irá ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra o deputado do PL.

“VIOLÊNCIA AQUI NÃO! O Partido dos Trabalhadores decidiu entrar com representação no Conselho de Ética contra o Deputado Eduardo Bolsonaro por falta de decoro pelos ataques proferidos a mim durante a Comissão de Trabalho. Não vamos tolerar nenhum tipo de violência!”, escreveu o petista.

Ao GLOBO, o deputado federal e colega de partido Reimont afirmou que Marcon representará por quebra de decoro, violência e homofobia. O parlamentar também descreveu o momento do embate:

– Fiquei atônito. A briga da politica é a briga dos debates, das ideias, mas essa turma bolsonarista acha que pode resolver as coisas no braço. Fiquei de fato muito impactado. Já tinha presenciado algumas cenas do irmão dele na Câmara do rio, mas nada tão estúpido quanto presenciei hoje – relatou Reimont.

O perfil PT na Câmara compartilhou nas suas redes sociais um vídeo em que Marcon comenta o episódio:

— Mais uma vez essa turma da truculência, Eduardo Bolsonaro, querer me amedrontar, querer me ameaçar, me agredir fisicamente. Inclusive, ofendendo a minha mãe. (…) Nós vamos representar ele na Comissão de Ética. Aqui não é luta de boxe. Aqui é luta de disputa de ideias.

Já a presidente do partido, Gleisi Hoffmann repudiou a atitude de Eduardo Bolsonaro: “Filho de Bolsonaro xingou e partiu pra cima do companheiro Marcon e agora bolsonaristas ocupam a tribuna com mais ofensas, estímulo à violência e ataques à esquerda. Falta de compostura e quebra de decoro viraram rotina na Câmara. Essa gente não sabe debater o contraditório e ainda por cima é perigosa”.

Ambos debatiam na Comissão de Trabalho da Câmara, quando o filho do ex-presidente citou o atentado cometido contra o então candidato. Marcon afirmou que a “facada foi fake”. Eduardo chegou a levantar da cadeira e precisou ser contido pelos colegas ao responder o petista. Ele chamou Marcon de “veado” e pediu para que repetisse a frase.

– Queria me tirar do sério? Conseguiu. Decoro? Olha o que este veado está falando aqui! Não houve sangue? Desde quando a faca foi fake? Vocês tentaram matar o meu pai e agora querem me tirar do sério. Te enfio a mão na cara e perco o mandato com dignidade, seu filho da puta. Tá achando que está na internet? – disse Eduardo Bolsonaro.

O GLOBO procurou Eduardo a respeito do episódio, mas ainda não obteve retorno.

A facada

Em 2018, uma facada desferida por Adélio Bispo de Oliveira no então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, durante evento eleitoral em Juiz de Fora (MG), marcou a campanha. O atentado motivou uma série de teorias, que incluíam desde ligações do criminoso com políticos adversários a conluios para que o crime fosse acobertado. Após analisar uma série de provas, a conclusão da Polícia Federal foi no sentido contrário: Adélio agiu sozinho.

E tal conclusão está amparada na análise exaustiva de imagens do dia, em mensagens e da quebra de sigilos telefônicos e bancários de Adélio e de pessoas que pudessem ter alguma ligação com o ato. Mas a investigação não encontrou qualquer elemento que indicasse a participação de mais pessoas.

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