Dados são de boletim divulgado por volta das 9h. Grupos ocupam as rodovias ilegalmente desde domingo (30), após o anúncio do resultado da votação.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que, por volta das 9h desta sexta-feira (4), ainda havia 15 pontos de interdição em rodovias federais de cinco estados do país, realizados por grupos contrários ao resultado das eleições (veja detalhes abaixo). O total é menor que o registrado no início da manhã de quinta (3), quando eram 76 pontos de retenção.
Segundo a PRF, 954 manifestações já foram desfeitas. Os grupos ocupam as rodovias ilegalmente desde domingo (30), após o anúncio do resultado da votação. Na segunda (31), o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a corporação e as polícias militares estaduais tomem as medidas necessárias para desobstruir as vias.
Segundo a PRF, interdição é interrupção parcial do trânsito, já bloqueio é quando o tráfego fica totalmente impedido nas rodovias.
Veja a comparação entre as unidades da federação com e sem bloqueios às 6h da manhã desta quinta e sexta-feira:
Quinta-feira
- Com bloqueios: Acre, Amazonas, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina
- Sem bloqueios: Amapá, Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe, São Paulo e Tocantins
Sexta-feira
- Com bloqueios: Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia
- Sem bloqueios: os demais 21 estados e o DF
Saiba como está a situação de cada unidade da federação, de acordo com informações da PRF, às 9h desta sexta:
- Amapá: sem ocorrências
- Acre: sem ocorrências
- Alagoas: sem ocorrências
- Amazonas: uma interdição
- Bahia: sem ocorrências
- Ceará: sem ocorrências
- Distrito Federal: sem ocorrências
- Espírito Santo: sem ocorrências
- Goiás: sem ocorrências
- Maranhão: sem ocorrências
- Minas Gerais: sem ocorrências
- Mato Grosso: sete interdições
- Mato Grosso do Sul: uma interdição
- Pará: quatro interdições
- Paraíba: sem ocorrências
- Pernambuco: sem ocorrências
- Piauí: sem ocorrências
- Paraná: sem ocorrências
- Rio de Janeiro: sem ocorrências
- Rio Grande do Norte: uma ocorrência
- Rondônia: duas interdições
- Roraima: sem ocorrências
- Rio Grande do Sul: duas interdições
- Santa Catarina: duas interdições
- Sergipe: sem ocorrências
- São Paulo: uma interdição
- Tocantins: sem ocorrências
Protestos começaram no domingo
Os primeiros protestos em rodovias contra o resultado das eleições aconteceram ainda no domingo (30), após a confirmação do resultado da apuração. Foram registrados pontualmente protestos com bloqueios em rodovias nos estados de Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Na segunda-feira (31), os bloqueios já ocorriam em 23 estados e no Distrito Federal, a maioria com bloqueio total ou parcial do fluxo de veículos.
Em resposta a pedido da Confederação Nacional dos Transportes e do vice-procurador geral eleitoral, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as polícias militares estaduais agissem imediatamente para liberar as vias ocupadas de forma irregular. O ministro também estipulou multa de R$ 100 mil por hora e eventual afastamento do cargo para o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, em caso de descumprimento da ordem.
Terça-feira (1º) foi o dia com o maior número de protestos registrados até a última atualização desta reportagem: 677, segundo levantamento do g1. No mesmo dia, os governos de pelo menos 13 estados e do Distrito Federal autorizaram a ação de suas polícias militares para desbloquear vias.
Os bloqueios seguiram na quarta-feira (2), mas em número menor do que o registrado na terça: 275, segundo levantamento da reportagem. Ainda na quarta, Jair Bolsonaro (PL) publicou em suas redes sociais um vídeo em que pedia a desobstrução das rodovias.
O presidente já havia citado os protestos em seu primeiro discurso após a derrota nas eleições, feito na terça (1º); na ocasião, disse que “manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas”, mas que não deveriam recorrer a “invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”, métodos relacionados por ele a protestos de esquerda.
Também na quarta, o Ministério Público Federal (MPF) pediu que a Polícia Federal investigue possíveis crimes cometidos pelo diretor-geral da PRF, tanto na atuação da corporação nos bloqueios irregulares nas rodovias quanto nas diversas blitze realizadas no domingo (30), desrespeitando decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
Nesta quinta-feira (3), o número de bloqueios caiu drasticamente em relação ao registrado na quarta: foram mapeados 76 pontos de obstrução, contra 275 no dia anterior. Segundo balanço da PRF, 931 obstruções ilegais de vias tinham sido desfeitas desde o início dos protestos.
Também nesta quinta, Alexandre de Moraes pediu à PRF um relatório sobre a atuação da corporação em relação aos bloqueios nas estradas, detalhando o número de multas aplicadas e a identificação de veículos e pessoas autuados.