Entretanto, o governador deixou de lado qualquer questão pessoal e a grande verdade é que deu aula de como fazer política (a arte de dialogar) e surpreendeu até aqueles que não esperavam e que, neste momento, foram obrigados a aplaudir a iniciativa e agradecer.
Ronaldo Caiado, Major Vitor Hugo e Wilder Morais agora estão do mesmo lado.
Nos bastidores, o que mais se fala é que, apesar de Caiado anunciar apoio publicamente a Bolsonaro, mesmo depois do afastamento devido a divergências na gestão da pandemia, ainda há mágoas.
Candidatos do Partido Liberal que até o dia 02 de outubro aplaudiam as vaias de bolsonaristas a Ronaldo Caiado (União Brasil) agora elogiam e aplaudem a iniciativa de o governador apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, já que o governador mostrou sua força política nas urnas.
Uma das maiores mágoas que Caiado carrega aconteceu no dia 22 de abril deste ano na frente de Bolsonaro durante um evento de entrega de títulos de propriedades rurais em Rio Verde.
Naquele dia, o governador teve o discurso interrompido por vaias de bolsonaristas. À época, aliados do chefe do Executivo disseram que o fato ocorreu por incentivo do deputado federal Major Vitor Hugo – então pré-candidato ao Governo e que dividia o palanque com Caiado. O Major nega.
Naquele mesmo 22 de abril, um “vídeo” foi espalhado pelas redes sociais, onde a intenção era tentar mostrar que Bolsonaro ignorou Caiado no aeroporto, comemorando o racha entre o presidente e o governador, que já foram aliados de primeira hora.
Vale ressaltar que o episódio das vaias em Rio Verde ainda levanta suspeitas de ato “orquestrado” e não de iniciativa popular, porém, o assunto ficou para trás, Caiado reeleito em primeiro turno, saindo mais forte do que entrou, e agora peça importante para os “rivais”.
Na campanha, Vitor Hugo criticou em larga escala a atual gestão e tentou desqualificar o trabalho de Caiado. Aliado com Wilder Morais, que conseguiu se eleger senador, o Major desde a pré-campanha trabalhou em críticas e tentou enfraquecer o atual gestor.
Não imaginavam, no entanto, a força política que Ronaldo Caiado havia adquirido. Talvez, se Bolsonaro tivesse andado ao lado do governador e não se aventurado numa campanha que sequer decolou e mostrou qualquer tipo de ameaça com Vitor Hugo, teria tido uma votação ainda mais expressiva em Goiás, próxima de 70% e saído mais fortalecido para o segundo turno.
Porém, passados oito dias da eleição em primeiro turno, parece que a cúpula bolsonarista, mesmo tarde, fez essa avaliação e agora tanto Vitor Hugo como Wilder, além de outros apoiadores do presidente, comemoram o apoio de Ronaldo Caiado à reeleição presidencial.
Inclusive, agora, os políticos falam aos quatro cantos que a decisão do governador em apoiar o presidente é um “ato de grandeza”.
Constatação, já que Caiado deixou qualquer “mágoa” de lado e, junto do União Brasil, decidiu caminhar com Bolsonaro por questões políticas e interesses de Goiás.
