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Secretaria de Saúde admite déficit de 180 anestesistas na rede pública do DF

Atualmente, DF tem 678 médicos anestesistas com cadastro regular, mas somente 271 trabalham na rede pública. De acordo com sindicato, falta de condições de trabalho e salários são poucos atraentes.

A Secretária de Saúde do Distrito Federal afirma que, para que todas as salas de cirurgia funcionassem em pleno atendimento na rede pública, seria necessária a contratação de mais de 180 anestesista. Segundo o Conselho Regional de Medicina (CRM-DF), o DF tem um total de 678 profissionais na área, com o cadastro regular. No entanto, atualmente, apenas 271 trabalham na rede pública de Saúde. A pasta afirma que convocou 124 profissionais dessa especialidade, em 2023. No entanto, somente 38 tomaram posse. Desses, oito já pediram exoneração do cargo, segundo a secretaria..

Ainda de acordo com a pasta, um segundo chamamento já foi realizado para convocar 64 profissionais do final de fila, que ainda estão dentro do prazo para assumir o cargo. De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (Sindmédico), Gutemberg Fialho, uma das justificativas para a falta de profissionais na rede pública é a falta de condições de trabalho e salários poucos atraentes.

“Não há condições atrativas para os médicos permanecerem na Secretaria de Saúde. Falta condições de trabalho, falta condições salariais, falta segurança no local de trabalho. Nós temos anestesistas suficientes no mercado. Não tem na Secretaria de Saúde porque o governo não cria condições para que esses médicos permaneçam, assim como as demais especialidades”, afirma Gutemberg.

A falta de anestesistas resulta na demora para a realização de cirurgia de pacientes da rede pública. Desde novembro de 2022, a empregada doméstica Jacira da Silva aguarda por um procedimento para a retirada de miomas no útero. Segundo Jacira, ela tem hemorragias mensais por causa dos miomas e, às vezes, precisa ser hospitalizada quando isso acontece. A paciente faz acompanhamento no Hospital Universitário de Brasília (HUB), e já chegou a tentar a cirurgia no Hospital Materno Infantil (Hmib), mas nenhum dos dois hospitais consegue marcar o procedimento, por falta de anestesista.

“Eu estou desde o ano passado tentando a cirurgia no HUB, e não tem anestesista no HUB. Me chamaram no Hmib. A médica mandou repetir todos os exames, e no Hmib também não está fazendo”, conta Jacira.

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