O Ministério Público Federal pediu, nesta quinta-feira (14), a cassação do mandato de Sérgio Moro, Senador da República. A ação levantada pelo PL, de Jair Bolsonaro, em conjunto com vários outros partidos, levanta acusações de abuso de poder econômico para a campanha eleitoral durante a disputa de 2022.
Partidos de esquerda também pediram a cassação de Sergio Moro, Além do PL, o PT, PV e PCdoB também fazem as mesmas alegações.
Segundo a alegação respaldada pelo Ministério Público, Moro teria ultrapassado o limite legal de gastos, que é de R$ 4,4 milhões, ao gastar R$ 7 milhões.
Os partidos argumentam que, ao trocar a candidatura de Presidente para disputar o Senado, os gastos da fase inicial da campanha de Moro prejudicaram as chances dos demais candidatos ao Senado no Paraná. O Ministério Público concordou com essa alegação.
A posição do Ministério Público causa agitação no panorama político, pois, caso Moro seja destituído, uma nova eleição para a posição de senador será necessária. Dentro do PT, já existem dois pré-candidatos para ocupar o assento deixado pelo ex-juiz da Lava Jato, caso ele seja removido: a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e Zeca Dirceu, líder da bancada do partido na Câmara.
Num documento entregue na noite de quinta-feira, dia 14, a Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná expressou seu apoio parcial aos requerimentos feitos nas ações. ‘‘(O Pedido foi feito) a fim de que se reconheça a prática de abuso do poder econômico, com a consequente cassação da chapa eleita para o cargo majoritário de Senador da República e decretação da inelegibilidade dos Srs. Sergio Fernando Moro e Luís Felipe Cunha“.
A equipe de defesa do senador percebe um viés político no caso, o qual está previsto para ser julgado no começo de 2024 pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná.
Trajetória política de Moro
Após pedir demissão do Ministério da Justiça durante o governo de Jair Bolsonaro, em 2020, Moro entrou para o Podemos em novembro de 2021 visando uma candidatura presidencial. Contudo, em março de 2022, trocou de partido e se juntou ao União Brasil. Logo em seguida, anunciou sua candidatura ao Senado, desistindo da corrida pelo Palácio do Planalto.