Advogados, empresários e ex-administrador regional foram alvos de operação da Polícia Civil nesta terça-feira (19). Segundo investigações, suspeitos movimentaram R$ 20 milhões com parcelamentos irregulares.
Os grupos suspeitos de grilagem de terra em São Sebastião, no Distrito Federal, vendiam terrenos públicos por valores entre R$ 40 mil e R$ 70 mil, de acordo com a Polícia Civil. Três organizações criminosas foram alvos de uma operação, na manhã desta terça-feira (19). Advogados, empresários e um ex-administrador regional estão entre os investigado.
Segundo a apuração, os suspeitos movimentaram R$ 20 milhões com os parcelamentos irregulares, nas regiões do Morro da Cruz e Zumbi dos Palmares. Para dar ar de legalidade ao negócio, os investigados abriram um “cartório” ilegal, afirma a Polícia Civil.
Nele, de acordo com os policiais, os criminosos fabricavam documentos falsos que passavam o lote público para o nome do comprador. Depois que os terrenos eram vendidos, os verdadeiros donos apareciam. O governo do DF, por exemplo, fez algumas derrubadas na região para recuperar lotes, segundo a corporação.
Na manhã desta terça-feira, agentes cumpriram sete mandados de prisão e 33 de busca e apreensão em escritórios de advocacia, empresas e residências ligadas aos investigados.
Entre os investigados, está um ex-administrador da região, que não teve a identidade revelada. Empresários, agiotas, advogados e servidores da Administração Regional de São Sebastião também foram alvos da operação.
A polícia apreendeu carros de luxo e caminhonetes usadas pelos investigados. A Justiça determinou que 12 pessoas sejam monitoradas com uso de tornozeleira eletrônica.
Todos os investigados responderão por lavagem de dinheiro, parcelamento irregular de solo, organização criminosa e crimes ambientais, já que houve desmatamento nos lotes parcelados.
Investigações
Segundo a polícia, duas das três organizações criminosas identificadas são lideradas por empresários e agiotas que atuam há décadas no parcelamento clandestino de terras em São Sebastião.
A corporação afirma que, por meio da ação criminosa, os investigados movimentaram cerca de R$ 20 milhões em cinco anos e promoveram um esquema de lavagem de dinheiro para ocultar os valores ilícitos.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, para esconder os lucros, os suspeitos usavam “laranjas”. Entre eles, um cobrador de ônibus que movimentou milhões de reais em um curto período de tempo.
As investigações apontam que os criminosos ainda investiam em agências de veículos, academia e lojas de material de construção, apenas para dar aparência lícita ao dinheiro obtido por meio da grilagem de terras.