Bem-vindo – 17/06/2025 18:03

Susto com gripe aviária não afetou consumo de frango e ovos em Goiás, aponta Ifag

Impacto registrado afeta apenas produtores que trabalham com fornecimento para frigoríficos. Especialista afirma, entretanto, que mercado vem conseguindo absorver os danos

Apesar do susto inicial provocado pela confirmação do primeiro caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), vulgarmente conhecida como gripe aviária, em uma granja comercial brasileira, a resposta rápida das autoridades sanitárias tem evitado maiores prejuízos à cadeia produtiva de aves no país. O foco, registrado em maio no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, gerou suspensões pontuais nas exportações por parte de países como China, Japão, Emirados Árabes e Reino Unido. Em Goiás o único caso registrado até o momento foi em uma fazenda em Santo Antônio da Barra com frangos de subsistência, no entanto, os impactos foram limitados.

O estado, que se mantém como um dos maiores produtores de frango e ovos do Brasil, continua com suas atividades sem alterações para o consumidor final. o analista de mercado do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Marcelo Penha, garantiu que o consumo de carne e ovos no estado não sofreu impacto direto. “Desde o início foi informado que a carne e os ovos processados não representam risco ao consumidor. Não houve nenhum prejuízo no consumo interno aqui em Goiás”, afirmou Penha. Para o caso registrado com frangos caipiras, criados para vendas locais, não afetam diretamente as vendas e exportações por não serem comercializados em larga escala.

Zona de risco isolada e medidas imediatas

O foco de contaminação levou à ativação dos protocolos previstos no Plano Nacional de Contingência do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Assim como no caso do Rio Grande do Sul, a Agrodefesa goiana também reforçou as medidas preventivas, principalmente em propriedades próximas de rotas comerciais e regiões de alta produção.

“O órgão de defesa já tomou todas as medidas cabíveis, criou zonas de isolamento e notificou produtores vizinhos sobre os cuidados necessários. Como o vírus não se espalhou, a situação voltou ao padrão de vigilância normal em Goiás”, explicou o analista.

Mesmo com a contenção rápida, as exportações goianas sofreram momentaneamente. Países como a China — principal comprador de carne de frango brasileira — suspenderam as importações por 60 dias, conforme acordo internacional. Ainda assim, segundo Penha, a diversificação de destinos ajudou a amortecer os prejuízos.

“Alguns países limitaram o bloqueio ao município ou ao estado afetado, o que permitiu a continuidade das exportações em outras regiões. Goiás, por exemplo, continua com autorização para exportar para vários destinos”, ressaltou.

Impacto para produtores, não para o consumidor

Embora o consumidor não tenha sentido os efeitos diretamente nas gôndolas, os produtores integrados, que trabalham com contratos de fornecimento para frigoríficos, enfrentaram uma redução nos ganhos durante o período de suspensão. “Esse é o principal impacto negativo. O produtor perde rendimento, o que afeta sua atividade econômica. Mas é algo que o mercado tem conseguido absorver”, pontuou Marcelo Penha.

No caso dos ovos, Penha também tranquiliza a população. Ele explica que em situações de foco em granjas, os ovos são automaticamente descartados, não chegando ao comércio. “Se o problema for em unidades produtoras, os ovos são inutilizados, tanto os destinados à reprodução quanto os para consumo. Nenhum produto contaminado chega ao consumidor”, afirmou.

 

 

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