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TJGO reabre Inquérito sobre morte do serial killer Lázaro Barbosa

Homem foi morto em junho de 2021 após 20 dias de buscas

A Justiça determinou a reabertura do inquérito que apura a morte do serial killer Lázaro Barbosa, em junho de 2021. O criminoso foi morto pela Polícia Militar (PM) após 20 dias de caçada no interior de Goiás. Conforme apurado e divulgado pelo Metrópoles nesta sexta-feira (24), o Ministério Público de Goiás (MPGO) entendeu que o material sobre a investigação da conduta dos policiais militares envolvidos na captura do criminoso tem falhas.

O veículo de comunicação citou que a Corregedoria da Polícia Militar de Goiás (PMGO) concluiu, em inquérito interno, que os agentes agiram em legítima defesa. Contudo, o procedimento enviado à Polícia Civil de Goiás (PCGO) e depois ao MPGO teria vícios de investigação.

Fontes disseram ao portal que o Ministério Público percebeu ausência de diligências básicas. Entre elas, a falta de oitiva de testemunhas e depoimentos dos próprios policiais envolvidos, e de perícias essenciais, como o laudo cadavérico de Lázaro Barbosa e o registro detalhado do local da morte. A decisão judicial pela reabertura está em segredo de Justiça.

Ainda foi apurado que as novas diligências incluem o depoimento de policiais e familiares de Lázaro, e o fornecimento de imagens de câmeras de segurança da região onde ocorreu a captura. Caberá à Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios a investigação. Novo parecer deverá ser entregue em até 80 dias.

Caso Lázaro

O homem que tirou noites de sono de moradores da região de Cocalzinho ficou foragido em regiões de mata e foi procurado por 270 agentes das forças de segurança de Goiás e Distrito Federal, mas foi encontrado em Águas Lindas de Goiás. Era 1h da madrugada do dia 28 de junho de 2021 quando todo o efetivo policial, tanto da base quanto dos outros pontos do imenso trecho que envolve Cocalzinho, Edilândia e Girassol, se deslocou para o município do entorno do DF, após notícia de que Lázaro teria sido avistado no Residencial Itamaracá.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), o homem descarregou uma pistola contra os policiais. No revide, ele foi atingido com tiros no peito, barriga e cabeça. Ele chegou a ser encaminhado para o hospital, mas não resistiu. Vale citar, a captura e a morte ocorreram após a denúncia de que o criminoso estaria na casa da ex-sogra, em Águas Lindas de Goiás.

A caçada

Lázaro se tornou o homem mais procurado do País após a morte do empresário Cláudio Vidal, 48; dois filhos dele, Gustavo Marques, 21; e Carlos Eduardo Vidal, 15; e sequestro da esposa dele, Cleonice Marques, 43, no dia 9 de junho daquele ano. A mulher foi encontrada morta em um córrego da região de Sol Nascente (DF), dois dias depois.

Naquele momento, Lázaro, que era conhecido como mateiro experiente, começou a fuga, que mobilizou as forças de segurança do Estado e, rapidamente, as do DF. Logo nos primeiros dias ele chegou à região de Cocalzinho de Goiás e baleou três pessoas. A presença do criminoso assustou moradores por causa de invasões em suas propriedades e furtos. Comerciantes do município chegaram a fechar seus estabelecimentos.

Em 13 e 14 de junho, a força-tarefa ganha reforço: três helicópteros e mais de 210 agentes da PMGO, PMDF e Polícia Federal (PF). No dia 15, ele fez três pessoas de uma família reféns em uma propriedade rural a 5 km de distância do povoado de Edilândia. Os reféns foram libertados após troca de tiros com a polícia e o suspeito fugiu por um Rio próximo da fazenda.

Alguns dias angustiantes se passaram até que, em 24 de junho, uma reviravolta: o fazendeiro Elmir Caetano Evangelista, de 75 anos, e o caseiro Alain Reis de Santos, foram presos pela polícia suspeitos de ajudarem Lázaro Barbosa a se esconder em matas na região de Cocalzinho. Aos policiais, o caseiro afirmou que o fazendeiro deu comida, abrigo e chegou a conversar com Lázaro.

A Justiça, então, liberou o caseiro e mudou a prisão em flagrante para preventiva do fazendeiro. As buscas continuaram até a denúncia, em 28 de junho, de que Lázaro estava no condomínio da ex-sogra, em Águas Lindas, e que teve auxílio de ex-companheiras.

Depois da morte

Em 2 de julho, o corpo de Lázaro foi enterrado um cemitério de Cocalzinho de Goiás. O funeral ocorreu em cerimônia reservada para a família e durou cerca de 30 minutos. Em 7 de julho, o inquérito contra o caseiro preso por suspeita de ajudar Lázaro foi arquivado. O fazendeiro, por sua vez, se tornou réu.

Já no dia 24 de julho de 2021, a Polícia Civil impôs sigilo a dados da operação que resultou na morte de Lázaro. Ainda naquele mês, as duas ex-companheiras e a ex-sogra de Lázaro foram processadas por ajudar o então fugitivo. O Ministério Público, entretanto, propôs o pagamento de multa para encerrar a ação.

 

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