O republicano está com relações quase rompidas com Zelenski, que na sexta passada (28) teve de sair da Casa Branca em meio a um bate-boca no qual foi humilhado, chamado de ingrato e de inimigo da paz com a Rússia, que invadiu seu país em 2022
O presidente americano, Donald Trump, enviou emissários para conversar com os dois principais líderes da oposição a Volodimir Zelenski, que tiveram de ir a público negar que a reunião era parte de uma conspiração para remover o líder ucraniano.
O republicano está com relações quase rompidas com Zelenski, que na sexta passada (28) teve de sair da Casa Branca em meio a um bate-boca no qual foi humilhado, chamado de ingrato e de inimigo da paz com a Rússia, que invadiu seu país em 2022.
O movimento de Trump em Kiev sugere que ele está atrás de nomes para a sucessão de Zelenski, a quem chamou de “ditador sem eleições”. O mandato do ucraniano expirou em maio passado, mas não houve novas eleições porque a Constituição não as permite enquanto houver a lei marcial decretada pelo conflito.
Esse epíteto já fora dado, com outros termos, por Vladimir Putin. Trump alinhou-se ao discurso do russo sobre a guerra e abriu negociações diretas com o Kremlin, só agora aceitando conversas laterais com os ucranianos, com quem sua equipe deve se encontrar na terça (11) em Riad -a capital saudita já sediou a primeiras reuniões EUA-Rússia.
As reuniões secretas em Kiev foram reveladas pelo site Politico, segundo as quais quatro membros graduados do governo Trump deixaram claro que o chefe quer ver Zelenski fora do poder.
Seus interlocutores foram o antecessor do presidente no cargo, Petro Porochenko, e a ex-premiê Iulia Timochenko. Ambos confirmaram os encontros, mas negaram ter havido qualquer tom conspiratório e disseram ter se colocado contrários a um pleito com a guerra em curso -uma hipótese ventilada em Washington.
Não por acaso, nesta mesma quinta o bilionário Elon Musk, escudeiro de Trump, foi à sua rede social X para dizer que “a Ucrânia precisa de eleições” e que “Zelenski iria perder de forma esmagadora”, repetindo o que seu chefe já havia dito antes.
Na realidade, Zelenski segue popular, embora haja rivalidades em ascensão e ele não tenha mais os 90% de aprovação que já teve no conflito. Pesquisas mais recentes o colocam com algo entre 40% e 50% de visão positiva, mas o quadro eleitoral é mais confuso.
Nele, desponta como um favorito o ex-chefe das Forças Armadas, Valerii Zalujni, que Zelenski demitiu por motivos políticos. Hoje removido para Londres como embaixador, o general não é do grupo mais tradicional de oposição de Porochenko ou de Timochenko.