Pedido de escolta policial se dá após deputada se envolver em polêmica com Gustavo Gayer (PL). Gayer divulgou vídeo pedindo que seguidores não ameacem Silvye.
O partido União Brasil (UB), da deputada federal por Goiás Silvye Alves, pediu que a parlamentar e sua família tenham escolta policial 24 horas após ela relatar que tem sofrido ameaças de morte nas redes sociais. O documento foi assinado pelo líder do UB na Câmara Federal, Elmar Nascimento, e enviado ao presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas) nesta segunda-feira (5).
Em um trecho do documento, Nascimento afirma que existem “suspeitas fundamentadas de ameaças contra a vida da deputada Silvye Alves, bem como da sua família, devido ao seu posicionamento quando das votações de temas relevantes para esta Casa e para o País”.
O pedido acontece em meio a uma ‘guerra virtual’ entre Silvye Alves e o deputado federal Gustavo Gayer (PL). A reportagem mostrou que, na última semana, a bancada goiana havia se revoltado contra o deputado após uma postagem de Gayer nas redes sociais.
O deputado havia publicado uma montagem com nomes e fotos de todos os deputados goianos que haviam votado a favor da Medida Provisória (MP) dos ministérios, acompanhada da frase “esses deputados de Goiás se renderam ao PT e votaram com Lula”.
No mesmo vídeo em que Silvye rebate a publicação de Gayer, a deputada afirma que um perfil de rede social divulgou que ela havia recebido mais de R$ 3 milhões em emendas parlamentares. Segundo a deputada, isso não é verdade. Ameaças de morte também estariam sendo recebidas por este motivo. Em uma postagem em seu perfil nas redes sociais, Silvye escreveu:
“Deputados novatos não recebem emendas no primeiro ano de mandato. Quem está espalhando fake news responderá na Justiça. Só teremos direito à emendas a partir do ano que vem, inclusive, todos os deputados, sejam de direita ou esquerda. Esse absurdo de que recebi emendas é uma acusação descabida de gente criminosa. O Partido dos Trabalhadores (PT) liberou emendas para deputados que foram reeleitos e não para novatos. Aliás, é fácil saber os deputados de todo país que receberam emendas, nenhum são do UB”. A deputada continou na legenda da postagem “Uma crueldade sem tamanho o que estão fazendo comigo… Até ameaçada de morte estou sendo… Isso não ficará assim… Meu Deus é o Deus dos justos… Quem inventou isso vai ter que provar”.
Nesta terça-feira (6), a presidente da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego), Patrícia Carrijo, recebeu integrantes da bancada e uma das pautas abordadas foi sobre a dificuldade de retirar, judicialmente, conteúdo difamatório das redes sociais. Apesar de não citar nomes, muitos políticos reclamaram da atuação de um “deputado”. O próprio presidente do PL em Goiás, partido de Gayer, senador Wilder Morais, estava no encontro e concordou com as queixas.
Após ter seu voto explanado nas redes sociais, Silvye postou um vídeo justificando sua decisão e, também, com acusações de crimes supostamente cometidos por Gayer, como o fato dele ter se envolvido em um acidente de trânsito, no qual duas pessoas morreram.
Sobre as acusações de crime, a deputada alega que Gayer estava bêbado no momento do acidente. O deputado nega a embriaguez. Após o vídeo, os deputados começaram então uma ‘guerra’ virtual com diversas acusações. Gayer alega que o voto de Silvye e de outros deputados goianos, ajudam a fortelecer o PT dentro do Congresso Nacional. Silvye precisou bloquear novos comentários em suas redes sociais para que não fosse mais insultada.
Sobre as ameças de morte sofridas por Silvye, Gayer afirmou que qualquer pessoa que esteja atacando a deputada com ameças de violência, não representa a ‘direita’.