Ex-juiz cumpre agendas no estado e investe na defesa da Lava Jato
O pré-candidato à Presidência da República Sergio Moro (Podemos) se pronunciou, nesta sexta-feira (7), sobre as vaias recebidas ao desembarcar em João Pessoa na quinta-feira (6). O ex-ministro da Justiça cumpre agenda na Paraíba como parte de um giro pelo Nordeste. No aeroporto, onde desembarcou, ele foi xingado por um grupo de pessoas que gritava as expressões “traíra” e “juiz ladrão”.
“Nesse tempo de internet, pega lá duas pessoas que ainda provavelmente foram pagas e fazem lá uma gritaria. Cheguei lá no aeroporto e tinha uma multidão favorável, elogiando, pedindo para tirar foto. Onde estou indo as pessoas pedem para tirar foto, selfie, tem sido uma receptividade enorme”, disse.
Segundo ele, “as pessoas têm direito a ter sua opinião”. Porém, esta não é a primeira vez que Moro desembarca com protestos, em novembro de 2020, o pré-candidato foi recebido com suco de laranja por manifestantes do Sindilegis e do Sindjus-DF no aeroporto de Brasília.
O ex-ministro investiu no discurso lava-jatista durante o segundo dia de visita à Paraíba. O pré-candidato do Podemos à Presidência cumpriu agendas na região metropolitana de João Pessoa nesta sexta-feira (7).
Durante entrevista a rádio local, Moro criticou o STF (Supremo Tribunal Federal) pelas decisões que anularam as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no âmbito da Operação Lava Jato. Além disso, o ex-juiz negou que tenha sido parcial contra o petista nos julgamentos.
No ano passado, o ex-juiz sofreu uma dura derrota no STF (Supremo Tribunal Federal), que o considerou parcial nas ações em que atuou como magistrado federal contra Lula. Com isso, foram anuladas ações dos casos tríplex de Guarujá, sítio de Atibaia e Instituto Lula pela Lava Jato.
”Infelizmente, alguns tribunais, inclusive o STF, parte dele, têm anulado condenações, não dizendo, porque eles não conseguem, que as pessoas são inocentes, mas dizendo que não podiam ter sido julgados em Curitiba e que o juiz tinha animosidade em relação ao acusado. Fiz meu trabalho aplicando a lei”, afirmou.
“A anulação da condenação do ex-presidente Lula foi um baita erro Judiciário”, disse Moro, citando o rival na disputa ao Planalto de 2022 e que tem forte apelo de popularidade no Nordeste.
Moro foi juiz dos casos da Operação Lava Jato entre 2014 e novembro de 2018, quando aceitou o convite de Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ele ficou no posto entre janeiro de 2019 e abril de 2020. Deixou a função acusando o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal.