Valentina toma antibióticos e reduziu ventilação mecânica. Irmã dela, Heloá segue em estado grave, mas está estável.
Siamesas Valentina e Heloá internadas em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após cirurgia de separação, em Goiânia, Goiás
Valentina, a siamesa separada em hospital de Goiânia, teve melhora após o quadro de saúde dela evoluir para gravíssimo, segundo o boletim médico emitido na manhã desta segunda-feira (16). Conforme o Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), ela teve uma obstrução pulmonar grave, mas a secreção foi retirada. Com isso, houve melhora no estado de saúde.
Segundo o boletim médico, Valentina segue tomando antibióticos, está mais estável e reduziu a ventilação mecânica. O médico Zacarias Calil, responsável pela separação das meninas, contou que Valentina teve uma obstrução chamada atelectasia, quando o corpo produz uma “rolha” (secreção) que acaba tampando o pulmão.
“Mesmo fazendo fisioterapia, essa “rolha” migrou e obstruiu o pulmão esquerdo. O pulmão esquerdo dela parou totalmente de funcionar, foi um quadro respiratório intenso. Os siameses podem ter uma piora repentina. Já à noite, a saturação voltou ao normal e agora ela está bem, segue intubada”, explica o médico.
Já a irmã de Valentina, Heloá, segue em estado grave, mas estável, conforme o boletim. Ela está passando pela retirada gradual da sedação e respirando com suporte. A gêmea está recebendo medicamentos para controle da pressão arterial e teve febre nas últimas 12 horas. As duas irmãs se alimentam pelas veias. As siamesas eram unidas por parte do tórax, abdômen, bacia, fígado, intestinos delgado e grosso e genitálias. Elas passaram por cirurgia de separação de corpos na quarta-feira (11).
Mais de 10 horas de cirurgia
Valentina e Heloá Prado passaram por um procedimento de mais de 10 horas no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) . Os corpos das gêmeas foram separados por volta das 20h. Valentina deixou o centro cirúrgico por volta das 23h e Heloá foi liberada em seguida, por volta da meia noite. A separação das duas contou com cerca de 50 profissionais. Segundo Zacharias Calil, elas devem retornar ao centro cirúrgico três semanas após a separação.
Valentina e Heloá são naturais de Guararema, cidade do interior de São Paulo e estão em tratamento em Goiânia há cerca de dois anos. Após o início do acompanhamento médico, os pais das crianças decidiram se mudar para Morrinhos, no interior de Goiás. Nas primeiras 24 horas de recuperação na UTI, a mãe das siamesas, Valdirene Prado, contou que as filhas estão sendo fortes.
“Todos estão trabalhando com muito carinho e não acolheram somente minhas filhas, mas toda a família”, revelou.