Hudson Maldonado Gama foi esfaqueado e queimado vivo dentro de casa em Sete Lagoas, Minas Gerais. Suspeito segue foragido
Nesta semana, o delegado aposentado e advogado Hudson Maldonado Gama foi morto, aos 86 anos, por golpes de faca, dentro de casa, em Sete Lagoas (MG). A vítima era pai do delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Hudson Maldonado Filho — que está à frente da 13ªDelegacia de Polícia (Sobradinho). O caso envolve vingança e premeditação de quase 20 anos.
De acordo com as investigações, Hudson recebeu golpes de faca e ainda teve o corpo queimado. Um ex-investigador da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) é o principal suspeito de matar o delegado aposentado. Ele foi dentificado como Rodrigo Cesar Costa Barbosa, 52, e, até a última atualização desta reportagem, estava foragido.
O crime ocorreu na quarta-feira (22/5). Uma testemunha relatou à polícia mineira que, no dia, chegou ao trabalho, na casa de Hudson, e ouviu alguém interfonar. Um homem se apresentou como entregador de farmácia e, quando a pessoa que trabalhava no imóvel se aproximou do portão, foi ameaçada e rendida com uma faca.
O criminoso teria dito que o problema não era com ela, e, sim, com o ex-delegado, com quem “tinha uma dívida há 18 anos”. O assassino, então, entrou no imóvel e usou gasolina para atear fogo no quarto onde a vítima estava. Depois do crime, fugiu em uma moto.
Vingança e premeditação
A principal linha de investigação é que o crime brutal tenha sido motivado por vingança. Informações preliminares indicam que o assassino seria um ex-agente de polícia, expulso da corporação em 2006, devido a uma ação defendida por Maldonado Gama, que atuava como advogado à época. No processo, o suspeito do homicídio foi acusado de extorquir uma mulher.
Cerca de 18 anos depois, nesta semana, o ex-investigador se vestiu de entregador, invadiu a casa do delegado aposentado, esfaqueou o idoso, enrolou-o em um colchão e ateou fogo à vítima. Maldonado estava com a saúde debilitada em função de um acidente vascular cerebral (AVC) que teve seis meses antes e, por isso, não conseguiu sair da casa. O advogado morreu carbonizado.
Em um vídeo gravado no cemitério de Sete Lagoas, município na Região Central de Minas Gerais, Maldonado Filho classificou o ato como “cruel”.
“[Ele] aguardou 18 anos e foi à procura de meu pai, um homem idoso, de 86 anos – vítima de dois AVCs [acidentes vasculares cerebrais] e inválido, que ficava sobre uma cama, imóvel, magro – e praticou a barbárie. Matou meu pai a golpes de faca, enrolou-o no colchão e ateou fogo. Deu à família, aos filhos, irmãos e amigos um enterro de caixão lacrado. Acabei de sepultar meu pai, mas acredito na justiça dos homens e na justiça divina”, disse.
O que diz a PCMG
Por meio de nota, a PCMG informou que abriu inquérito para apurar as circunstâncias que envolvem a morte do delegado de polícia aposentado.
“Na ocasião, a perícia e uma equipe de policiais compareceram ao endereço [da vítima] para identificar e coletar vestígios. O corpo foi encaminhado ao Posto Médico-Legal do município, onde passou por exame de necropsia e, em seguida, foi liberado aos familiares”, detalhou o texto.
A corporação confirmou que identificou o suspeito do crime e a possível razão para o assassinato. “A suposta motivação seria a exclusão dele do quadro da instituição, por meio de Processo Administrativo Disciplinar (PAD), face à prática de transgressão disciplinar de natureza grave e tendo em vista que a vítima participou do procedimento [de apuração interna] à época”, completou a PCMG.