Velório de Jainia Delfina de Assis, vítima de feminicídio aos 42 anos, ocorreu nesta 3ª. Companheiro da diarista, assassino ficará preso
Parentes e amigos de Jainia Delfina de Assis, 42 anos, reuniram-se no Cemitério de Taguatinga, na manhã desta terça-feira (18/6), para dar o último adeus à diarista, assassinada a facadas pelo companheiro no último sábado (15/6). Oitava vítima de feminicídio no Distrito Federal só neste ano, a vítima morreu na frente do filho mais novo.
feminicida, Wederson Aparecido Ananias de Moura, 36, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, após passar por audiência de custódia na Justiça do Distrito Federal.
Lembrada pelos presentes ao velório como uma pessoa “guerreira, trabalhadora e uma mãe dedicada”, Jainia deixa três filhos – uma jovem de 19 anos, um adolescente de 14 e um menino de 4 – além de um neto, de 2.
Feminicídio
Wederson matou Jainia com facadas no pescoço, na frente do filho do casal, de 4 anos. Após perceber o crime, a criança pediu ajuda a vizinhos. O assassino fugiu, mas acabou preso posteriormente.
Acionada com auxílio do menino, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) chegou ao endereço da família e encontrou Jainia caída em meio a uma poça de sangue, com marcas de facadas e de outros tipos de violência pelo corpo.
No dia seguinte, antes de ser preso em flagrante, Wederson foi identificado por moradores de Vicente Pires, que o renderam e espancaram. Com costelas fraturadas, ele foi detido e levado para a Emergência do Hospital de Base (HBDF), onde recebeu atendimento.
Após liberação da unidade de saúde, o feminicida foi levado para a 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural), onde confessou o crime. Em 2006, ele ainda havia sido preso por homicídio e atentado violento ao pudor. Após conclusão do inquérito, ele acabou denunciado à Justiça e condenado pelo estupro e assassinato de uma adolescente de 15 anos, enquanto ela dormia.
Além disso, Wederson tinha histórico de violência doméstica contra Jainia – contemplada por uma medida protetiva descumprida por ele. O agressor continuou a morar na mesma casa que ela e a ameaçou para que voltasse atrás com o pedido de restrições.
Cláudia Rodrigues questionou a atuação do Estado que, para ela, falhou em proteger Jainia. “Quando uma mulher vai à polícia, é porque ela não tem mais a quem recorrer. Se o homem [Wederson] tinha o histórico que tinha e cometeu tudo o que cometeu, eu não entendo por que os policiais não o prenderam logo quando ela foi à delegacia [para denunciá-lo]”, comentou.