Bem-vindo – 13/10/2025 14:39

WePink, marca da influenciadora Virginia, é alvo de ação do MPGO que pede pagamento de indenização no valor de pelo menos R$ 5 milhões

“As 90.856 reclamações formais registradas em 2024 revelam um drama humano coletivo de milhares de consumidores ludibriados, em suas expectativas mais básicas, na aquisição de produtos”, diz a ação.

Na ação civil pública protocolada na Justiça na última quarta-feira (8), acusando a empresa de cosméticos WePink (da influenciadora Virginia Fonseca) de desrespeitar o Código de Defesa do Consumidor, o promotor Élvio Vicente, do Ministério Público de Goiás, chamou de “drama humano” o elevado número de consumidores que se dizem lesados pela marca.

“As 90.856 reclamações formais registradas em 2024 revelam um drama humano coletivo de milhares de consumidores ludibriados, em suas expectativas mais básicas, na aquisição de produtos”, diz a ação. “Seduzidos pela confiança depositada em influenciadora de renome nacional, realizaram compras legítimas mas depararam-se com realidade brutal de total descaso pós-venda: produtos jamais entregues, atendimento inexistente, reembolsos ignorados sistematicamente, canais de comunicação propositalmente obstruídos”.

O MP requer que a WePink seja condenada a pagar indenização por danos morais coletivos em valor que não seja inferior a R$ 5 milhões, a ser revertido ao Fundo Estadual de Defesa do Consumidor, e que haja responsabilização solidária de todos os réus – incluindo Virgínia. Requer também que a empresa e os sócios sejam obrigados a entregar aos consumidores prejudicados e identificados todos os produtos adquiridos e não recebidos em prazo a ser fixado judicialmente, bem como fornecer novo produto em caso de defeito de fabricação ou reembolso, em caso de multa.

A investigação do MP constatou as seguintes práticas abusivas:

  • Falta de entrega de produtos: milhares de consumidoras e consumidores pagaram por produtos que nunca receberam, mesmo após meses de espera;
  • Descumprimento de prazos: atrasos generalizados nas entregas, com casos que ultrapassaram sete meses;
  • Dificuldade de reembolso: resistência sistemática da empresa em devolver valores pagos;
    Atendimento deficiente: sistema automatizado (30% do atendimento) que não resolve os problemas, gerando peregrinação das consumidoras e dos consumidores;
  • Exclusão de críticas: remoção sistemática de comentários negativos nas redes sociais para ocultar reclamações;
  • Produtos com defeito: entrega de cosméticos estragados ou em desacordo com o anunciado.

O que diz a empresa de Virginia

Durante reunião que aconteceu no dia 24 de junho de 2025, na 70ª Promotoria de Justiça de Goiás, representantes da empresa dizem que das 1,98 milhão de vendas realizadas entre 1º de janeiro e 31 de maio de 2025, 94% dos pedidos foram entregues; 3,7% foram enviados e estão em rota de entrega; 0,73% encontravam-se atrasados naquela data; 0,59% estavam faturados aguardando coleta da transportadora; 0,49% haviam sido devolvidos ao remetente e 0,36% foram cancelados a pedido dos consumidores.

Os representantes da marca afirmaram também que, no período entre maio/2024 e maio/2025, a empresa totalizou 363.662 vendas e que, desse número, ocorreram atrasos nos despachos de 15% das compras (ou seja, atrasos apenas em Goiás de 54 mil casos).

A WePink defende que os índices demonstram que 85% das compras realizadas on-line são devidamente entregues dentro do prazo. Quanto às ocorrências de atraso, os representantes disseram que elas podem ser atribuídas a fatores alheios ao controle do empreendimento, como aumento da demanda, questões logísticas, problemas ocorridos junto à transportadora e incongruências nos dados fornecidos pelos consumidores ao inserir o endereço no momento da compra, além dos casos em que os consumidores não são localizados no endereço fornecido.

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