Bem-vindo – 28/11/2025 09:42

Isolado pelo bolsonarismo, Wilder Morais enfrenta racha com Gayer e pode deixar PL para manter sonho de governo

Senador resiste à prioridade de Jair Bolsonaro de eleger um senador e não um governador em Goiás

O Partido Liberal (PL) em Goiás enfrenta uma crise de comando exposta pelo crescente distanciamento entre o senador Wilder Morais e o deputado federal Gustavo Gayer. O racha não é apenas um conflito de bastidores, mas uma disputa estratégica que envolve a interferência direta do ex-presidente Jair Bolsonaro no tabuleiro eleitoral de 2026. A prioridade de Bolsonaro é clara: garantir um senador pelo PL em Goiás, o que contraria o desejo de Wilder de ser candidato ao governo do Estado.

A tensão se intensificou após uma intervenção direta de Bolsonaro, que moveu as peças no xadrez goiano. O ex-presidente pediu que o vereador Major Vitor Hugo desistisse de sua intenção de disputar o Senado, abrindo espaço na chapa. No dia seguinte ao telefonema, Vitor Hugo confirmou a mudança de rota, anunciando que será candidato a deputado federal. Desde então, Gayer e Vitor Hugo se alinharam ao plano bolsonarista, que prevê apoiar uma chapa majoritária com Daniel Vilela (MDB) ao governo e Gracinha Caiado (UB) ao Senado, tirando Wilder do eixo principal da campanha.

O isolamento de Wilder Morais

Enquanto a ala ligada diretamente ao núcleo ideológico de Bolsonaro se movimenta, Wilder Morais resiste à pressão. O senador insiste em manter sua candidatura própria ao governo, utilizando a disputa de 2026 como uma plataforma para seu projeto político em 2030.

Essa persistência tem gerado atrito interno. Nos bastidores, dirigentes do PL avaliam que o senador pode ser forçado a deixar a sigla e migrar para outra legenda, como o Novo, caso seja impedido de encabeçar a chapa pelo partido.

A questão central é que Bolsonaro não aceita o risco de perder uma vaga estratégica no Senado para atender ao projeto individual de Wilder. Se não houver um acordo ou uma definição clara até o final do primeiro trimestre de 2026, a ruptura dentro do PL será considerada definitiva, e o partido enfrentará dividido a eleição mais estratégica para a direita desde 2018.

 

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