A mãe que denunciou um capitão da Polícia Militar por tentar estuprar o filho dela, de 12 anos, disse que se surpreendeu ao descobrir o assédio, em Rio Verde, no sudoeste do estado. As mensagens eram trocadas por aplicativo de celular, onde o policial chamou o adolescente e um primo dele, de 18 anos, para irem a um motel.
“A partir do momento que você descobre quem é, fica indignada e com medo ao mesmo tempo”, desabafou a mulher, que preferiu não se identificar.
O capitão foi preso no domingo (1º) pela Polícia Civil, após o pai do adolescente conversar com o militar fingindo ser o garoto e marcar um encontro em um posto de gasolina. Já na tarde de segunda-feira (2), a Justiça decretou a prisão preventiva ao acatar pedido do Ministério Público de Goiás para proteção de vítimas e testemunhas.
Segundo o site da transparência do governo goiano, o capitão está lotado em um Colégio da Polícia Militar de Rio Verde. A corporação informou, por meio de nota, que ele foi afastado da função que exerce e abriu um procedimento administrativo para apurar os fatos.
O capitão da PM conheceu o garoto de 12 anos em um clube de Rio Verde. Conforme a ocorrência, o menino estava acompanhado do primo, de 18 anos. O oficial abordou o primo mais velho dentro do banheiro e disse que queria “ficar” com ele. O jovem pegou o telefone do capitão para “saber qual era a intenção dele”.
O primo mais velho e o oficial começaram a trocar mensagens. Em uma delas, o militar convida ele e o garoto de 12 anos para saírem. A partir daí, o jovem contou para a família.
O pai do menino pegou o número do capitão e passou a trocar mensagens no lugar do filho para marcar um encontro. Durante a conversa, o oficial orientou o menino a sair escondido de casa para irem a um motel durante o dia. “Ele [PM] orientou tudo. Disse para ele não contar para a mãe e sair escondido de casa. A gente confirmou: ‘Tá bom. Vou sair escondido da minha mãe’”, revelou a mulher.
O pai escolheu um posto de gasolina como o ponto do encontro. O capitão não sabia, porém, que seria monitorado pela Polícia Civil.
“Ele [pai] deixou ele [menino] no pátio do posto para ele [PM] chegar, porque se tivesse adulto junto, ele não ia chegar. Quando meu menino abriu a porta da frente, ele [pai] abriu a porta de trás. Ele [PM] estava tão vislumbrado com a criança que não percebeu que um adulto abriu a porta de trás”, detalhou a mãe.
A mãe do adolescente disse à polícia que o militar já havia tentado contato com o filho dela antes, em maio deste ano, após eles se encontrarem em um clube da cidade. Consta na ocorrência policial que o PM se aproximou do menino dentro de uma piscina e teria passado a mão nas partes íntimas dele.
A mãe do adolescente disse ainda que estava no clube e achou estranho o comportamento do suspeito, chamando seu filho para fora da água. Após o episódio, o menino contou a ela o que havia acontecido no local.
A mãe do garoto, no entanto, não contou em depoimento se havia registrado anteriormente esse suposto contato do policial com o filho dela. Foi necessário entrar contato com a Polícia Civil para saber que há outros registros contra o policial.