A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou, nesta quarta-feira (5), uma operação que investiga um grupo suspeito de extorquir empresários credenciados pelo Departamento de Trânsito (Detran-DF) para realização de vistorias em veículos. Um dos suspeitos é um oficial da Polícia Militar.
De acordo com a investigação, o militar exigiu R$ 3 milhões das vítimas para não divulgar documentos que supostamente revelariam irregularidades praticadas pelos empresários no processo de credenciamento junto ao Detran.
No entanto, ainda não há comprovação de que o valor exigido foi pago. Nesta quarta-feira, os investigadores cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa do policial, no Jardim Botânico.
O radar entrou em contato com a Polícia Militar e com o Detran-DF, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Os nomes dos investigados não foram divulgados.
Operação investiga PM do DF suspeito de extorquir empresas vinculadas ao Detran — Foto: PCDF/Divulgação
A suspeita é de que o policial seja um “porta-voz” de um grupo criminoso formado por pessoas que foram supostamente prejudicadas com a terceirização das vistorias pelo Detran. O serviço passou a ser feito por empresas privadas em setembro do ano passado.
Policiais civis em casa de oficial da PM suspeito de extorquir empresas vinculadas ao Detran — Foto: PCDF/Divulgação
A ação é conduzida pela Delegacia de Repressão à Corrupção (DRCOR), vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor).
Terceirização
Servidora do Detran-DF faz vistoria veicular, em imagem de arquivo — Foto: Valquíria Cunha/Detran-DF
As vistorias não tiveram alteração de preço e o agendamento deixou de ser obrigatório. O órgão justificou a mudança para “atender a população de forma mais ágil e democrática”.
O caso chegou a parar na Justiça, quando uma liminar proibiu a realização de vistorias por empresas privadas. No entanto, a decisão foi revogada e o serviço foi autorizado.