A Polícia Civil investiga a morte de pai e filho e tenta relacionar os óbitos com saques fraudulentos de benefício do INSS de uma das vítimas. A morte do adolescente aconteceu em fevereiro de 2014 e foi descoberta quando encontraram o corpo já sem vida dentro de uma cisterna, na cidade de Águas Lindas de Goiás. Inicialmente, a polícia acreditava que teria sido o próprio pai o responsável pela morte do filho. Porém, no ano passado, os agentes encontraram uma nova ossada, na mesma cisterna, e confirmaram ser do pai do adolescente. Agora, os investigadores tentam relacionar as mortes à uma mulher, que foi identificada por continuar sacando, mesmo depois das mortes, o benefício do INSS em nome do pai do garoto assassinado.
Segundo os policiais, quando a morte do adolescente foi descoberta, em 2014, o pai se tornou o principal suspeito. Isso porque, testemunhas relataram que o menor morava apenas com ele e, principalmente, que ambos mantinham uma relação conturbada, repleta de brigas. Além disso, o homem havia desaparecido também, o que na época, fez com que o os agentes acreditassem que ele continuava vivo e havia fugido para não ser preso.
Outra razão que levava os investigadores a crer que o pai era o responsável pelo homicídio e que estava vivo, era porque os benefícios do INSS, em nome dele, continuavam sendo realizados regularmente. Desde então, Davi Rosa, o pai do garoto, era considerado foragido.
Tudo mudou em 2020, quando a polícia descobriu que os saques do benefício estavam sendo realizados por uma mulher, de forma fraudulenta, em nome do pai do garoto assassinado. No decorrer das investigações, agentes encontraram uma nova ossada na mesma cisterna em que o corpo do garoto havia sido encontrado seis anos atrás.
Exames periciais comprovaram que se tratava de Davi Rosa, apontado como o autor do homicídio do adolescente. O delegado Cléber Júnio considera a hipótese de que ambos tenham sido mortos na mesma data. Mas não explicou como o corpo do responsável pelo menor só foi encontrado anos depois.
Os saques
Com a informação de que os dois familiares morreram, a polícia agora tenta relacionar os prováveis homicídios com os saques fraudulentos. Investigações posteriores comprovaram que os saques estavam sendo feitos por um casal de despachantes, moradores do Distrito Federal.
Em cumprimento a mandado de busca e apreensão, na última sexta-feira (30), os agentes encontraram, no escritório e residência dos suspeitos, telefones celulares e cartão de outra pessoa, utilizado também para saques indevidos. Um dos suspeitos confirmou que se desfez do cartão de Davi ao perceber que não estava mais recebendo o benefício, há poucos meses.
Ainda segundo a investigação, o casal teve ajuda de um morador do distrito de Girassol, que entregou a eles, em 2014, o cartão em nome Davi e o cartão de terceiro utilizado atualmente, que estava na posse do casal. Segundo a corporação, as buscas continuam a fim de se chegar à autoria das mortes de Davi e seu filho.