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Quadrilha que aplicava golpes é presa na Operação Deep Sea

Ação policial ocorreu em seis regiões administrativas do DF e em três cidades de Goiás, cumprindo 30 mandados de busca e apreensão e 21 de prisão temporária.

 (crédito: Divulgação/Divicom - PCDF)
(crédito: Divulgação/Divicom – PCDF)

Um esquema de fraudes financeiras foi desmanchado pela Operação Deep Sea, da Polícia Civil de Goiás (PCGO) e da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), nesta sexta-feira (11/3). Ao todo, 20 criminosos foram presos em nove cidades do DF e de Goiás. A estimativa da polícia é de que R$ 10 milhões foram retirados das vítimas.

Iniciadas em março do ano passado, as investigações tiveram como base um caso de “phishing” contra uma empresa de Taguatinga. Na ocorrência, um criminoso se passou por funcionário de uma instituição bancária e emitiu um boleto falso, num valor de R$ 200 mil. Nos boletos, os códigos de barras enviavam o dinheiro para o CNPJ de empresas criadas por membros da quadrilha, para simulação, fraude e ocultação dos valores subtraídos.

A organização criminosa seguia etapas, funções e hierarquias, contando com hackers, líderes e chefes, além de repassadores e recrutadores, responsáveis pelas contas que recebiam e repassavam o dinheiro fraudulento aos altos cargos da quadrilha. A conta policial aponta 200 vítimas, com um débito somado em R$ 10 milhões. Junto do grupo que realizava os crimes, foram apreendidos máquinas de cartão e cartões diversos.

A contadora Adeyde Viana, 53, foi uma das vítimas da quadrilha. Ela recebeu uma mensagem de uma pessoa se passando pela filha, Cinara Viana, 28, pedindo um empréstimo de R$ 1.000. “Essa pessoa falou comigo me chamando da mesma forma como a minha filha me chama. Tinha dito que quebrou a tela do telefone e que precisaria comprar outro. Eu recebi um boleto e paguei, na conta-poupança de um cara chamado Renato”, afirma a mãe.

Adeyde contatou a filha no número correto, para confirmar a veracidade do pedido. Quando se deu conta de que era um golpe, a contadora entrou em contato com a gerência do seu banco, que bloqueou a transação. “Eu registrei um boletim de ocorrência e estou esperando o desbloqueio desse dinheiro e o retorno dele”, seguiu na sequência.

A conduta da mãe foi correta, de acordo com o delegado responsável pelo caso, Wisllei Salomão, que dá dicas sobre como proceder nestes casos. “A linguagem e os números são bastante similares aos utilizados em bancos. O boleto deve ser averiguado, quanto à sua originalidade: não se deve clicar em links de SMS, e-mail e apps de mensagem, caso o serviço não tenha sido solicitado. Além de conferir os dados, para observar as informações do recebedor e a quantidade de dinheiro, deve-se conferir os números de código de barras, que devem estar acima e abaixo no documento, com numeração igual”, adverte. O delegado lidera a Coordenação a Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (CORF), responsável pela operação.

Para facilitar a gestão e a sequência da operação pelas polícias distrital e goiana, os presos foram encaminhados para Goiânia e Novo Gama/GO. Os crimes ocorriam desde 2019, com sedes onde a operação ocorreu: no DF, mandados foram cumpridos em Ceilândia, Santa Maria, Gama, Riacho Fundo I, Sobradinho e Planaltina. Em Goiás, os criminosos aplicavam os golpes desde Goiânia, Cristalina e Novo Gama, no entorno. Os acusados podem responder pelos crimes de fraude eletrônica, estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Somados, os crimes podem ir de nove a 31 anos de prisão.

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